A justiça é essencial para desenvolver nossa perspectiva e sabedoria, aumentar as habilidades de enfrentamento dos problemas da vida e fortalecer nossa contribuição para a comunidade, a sociedade ou mesmo, o ser humano como tal. Os preceitos da justiça estão diretamente relacionados aos preceitos da humanidade, ainda que cada um tenha um enfoque diferente, no que diz respeito a vida em sociedade. Enquanto a humanidade mantém uma determinação mais compassiva sobre o outro, a justiça determina objetivamente os direitos e deveres morais do indivíduo na vida em sociedade.

A justiça é uma virtude ampla que reúne o conceito de interação entre indivíduo e sociedade e é composta por três forças psicológicas: civilidade, equidade e liderança. Segundo o psiquiatra Alfred Adler, a saúde mental está intimamente relacionada ao entendimento de que cada pessoa é parte integrante de um todo social. Segundo Adler, “a verdadeira felicidade é inseparável do sentimento de doar, é claro que uma pessoa social está mais próxima da felicidade do que uma pessoa isolada.

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Etimologia e simbolismo da justiça

Na mitologia grega, a deusa Themis representava a lei divina, as leis terrenas e os costumes legislativos. Themis era uma mulher com uma posição forte e dominante, leva uma túnica que é levantada e segurada com o braço esquerdo enquanto na mão direita ela segura uma balança, que simboliza o tratamento igualitário na justiça. Com o passar do tempo, a figura da deusa teve muitas mudanças e foi no ano 452 depois de Cristo que o Papa Leão, o Grande, substituiu várias partes da representatividade de Themis aonde ela foi definitivamente armada com uma espada, que era sinônimo de autoridade e firmeza, e na outra mão uma balança, símbolo da igualdade entre as pessoas.

Só depois de muito tempo, inclusive posteriormente a revolução francesa, que diferentes artistas colocaram uma venda cobrindo os olhos da deusa da justiça, o que significava que a justiça deveria ser administrada de uma maneira imparcial, sem favorecimentos e independentemente de classe social, raça, religião, entre outros. Uma justiça que atua estritamente nos preceitos estabelecidos pela lei. Atualmente, essa imagem é usada pelos profissionais do direito como um dos principais símbolos da justiça..

Justiça no campo do Direito

Devido à estreita relação que ocorreu ao longo do tempo, entre justiça e direito, é possível refletir sobre alguns aspectos: Entre as concepções liberais de justiça, estão as teorias contratuais modernas. São construções ético-políticas que nascem no ambiente geral de ruptura da ordem social da Idade Média, como uma tentativa de substituir o fundamento religioso pela razão natural. Eles tentam dar explicações sobre a moralidade em geral e sobre a justificação do Estado em particular, recorrendo a um estado hipotético da natureza, no qual indivíduos isolados se confrontariam de tal maneira que, mais cedo ou mais tarde, concordariam livremente a conveniência de instituir uma autoridade superior, com poderes para estipular as regras da vida em sociedade, Sobrepondo assim os direitos comunitários sobre os direitos individuais, tendo em vista o bem geral de toda a comunidade.

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Ponto de vista filosófico sobre o conceito de justiça

Inmanuel Kant, que nasceu no dia 12 de abril de 1724 e morreu no dia 12 de fevereiro de 1804, foi o primeiro filoso da moral moderna que distingue, no que concerne a concepção moral, entre a esfera da ética ou moral pessoal, por um outro lado, e a esfera da justiça de do Direito ou moral política, por outro lado. Kant cria as bases mais sólidas do liberalismo moderno.

Ele considera que um Estado seria justo na medida em que sejam satisfeitos três princípios racionais: A liberdade de cada membro da sociedade como indivíduo, ou seja, a liberdade é entendida como o direito de um indivíduo buscar a sua própria felicidade da maneira que mais lhe convenha, sempre que não invada a liberdade dos outros. A igualdade de cada um com os demais enquanto sujeito, que se resume como expressão de toda a vontade humana como lei universal limitando o exercício das liberdades de cada um, harmonizando-as de modo a garantir a organização social. E por último, a independência de cada membro da comunidade como cidadão.

A justiça de acordo com a religião

Quando se originou as primeiras organizações sociais, os termos justiça e religião seguiam dois tipos de normas: os costumes de seus ancestrais e os preceitos religiosos, onde as regras sociais eram de origem divina.
Quando pensamos nas questões relacionadas a ética ou a moral, temos que levar em consideração que são temas complexos e que podem variar de conceitos de acordo com o âmbito em que estiverem relacionados, dessa forma, a ética e a moral podem ter conotações muito diferentes quando analisadas sob o ponto de vista da religião ou do Direito, por exemplo. Fato é que a palavra justiça tem sido usada muitas vezes para justificar atos como atitudes de intolerância religiosa, julgamento social de acordo com as preferências sexuais e individuais, dentre tantos outros.

Por mais que o direito tente ser o mais justo possível, e sempre considerando a vida em sociedade, alguns conceitos sobre o que é justiça, bem como o que é certo e o que é errado, o bem e o mal, variam muito entre as culturas, religiões e as gerações, por isso o Direito é e deve continuar sendo tão mutável.